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Universidade do Paraná realiza estudo do perfil de quem não usa máscara

Um estudo da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Norte do Paraná, com 1578 adultos tentou entender os traços da personalidade de pessoas que não usam máscara durante a pandemia de Covid-19.

A  pesquisa descobriu é que essas pessoas tendem a ser sociopatas, ou seja, ter um distúrbio caracterizado por desprezo pelos outros. A análise do perfil latente revelou a existência de dois grupos: pessoas com maior tendência a traços anti-sociais (grupo padrão anti-social) e pessoas com maior tendência à empatia (grupo padrão empatia). 

O grupo de padrão anti-social apresentou escores mais altos em todos os traços típicos de ASPD (Insensibilidade, Engano, Hostilidade, Impulsividade, Irresponsabilidade, Manipulatividade e Assunção de riscos) e escores mais baixos em Ressonância Afetada (um indicador de empatia). 

Os participantes responderam perguntas como :

“você acredita ser necessário usar uma máscara/respeitar o distanciamento social/lavar as mãos mais frequentemente?” De acordo com as respostas, os participantes foram divididos em dois grupos: o “grupo da empatia” e o “grupo antissocial”.

De acordo com um dos autores do estudo, o professor Fabiano Koich Miguel, do Departamento de Psicologia e Psicanálise do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), “o grupo da empatia” respondeu ao questionário mostrando maior preocupação em usar máscara, higienizar sempre as mãos e adotar isolamento social para evitar contágio. “Já o grupo antissocial mostrou menor preocupação com essas medidas, minimizando sua importância ou minimizando a doença”, disse o professor.

O total de participantes foi de 1.578 adultos, a maioria do sexo feminino (52,03%), da raça branca (48,86%), residentes na região sudeste do Brasil (48%) e com ensino médio completo (38,47%). Apenas 32 participantes relataram ter feito o teste para COVID-19, cinco deles tiveram resultado positivo. Além disso, 285 participantes relataram conhecer alguém com teste positivo para COVID-19. 

“Nossos achados podem ser úteis para políticas públicas de saúde, por exemplo, por meio de triagens que demonstrem elevação dessas características, intervenções podem ser realizadas visando maior conscientização e consequente cumprimento das medidas de contenção. Sugerimos que novos estudos sejam realizados investigando a interação dessas características com outras variáveis”, diz o estudo.

Entre esse grupo de pessoas relutantes ao uso de máscaras, foi observado traços antissociais característicos de pessoas com diagnóstico de transtorno de personalidade antissocial, tais como:

Níveis mais baixos de empatia, que é a capacidade de perceber, compartilhar e inferir pensamentos e emoções de outras pessoas;
Níveis mais altos de insensibilidade;
Tendência para o engano e o autoengano;
Comportamentos de risco.

Além disso, o perfil antissocial demonstrava mais insensibilidade, hostilidade, impulsividade e manipulação.

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